domingo, 23 de junho de 2024

A importância do Aprendiz Maçom para a Maçonaria

 

A importância do Aprendiz Maçom para a Maçonaria

LuCaS

O Aprendiz Maçom é de fundamental importância para a Maçonaria, pois representa o início da jornada de desenvolvimento pessoal e espiritual dentro da ordem. O Aprendiz é aquele que está aprendendo não apenas as técnicas e conhecimentos específicos da Maçonaria, mas também está se aprimorando moral e intelectualmente.

No contexto maçônico, o Aprendiz recebe ensinamentos que são cruciais para o seu desbaste da ‘pedra bruta’, que simboliza o seu aperfeiçoamento moral e espiritual. Este primeiro grau é dedicado à Fraternidade, com o objetivo de unir toda a humanidade em um ideal comum. O Aprendiz Maçom, ao ingressar na Ordem, passa a ser um obreiro do Grande Arquiteto do Universo, desenvolvendo-se por meio de trabalhos e instruções ministradas pelo corpo administrativo da Oficina.

Além disso, o Grau de Aprendiz Maçom é uma fase emocionante e desafiadora na jornada de um maçom, com objetivos principais de autoconhecimento, aprendizado dos princípios maçônicos e cultivo de habilidades sociais e de liderança, essenciais para o crescimento pessoal e para a formação de um maçom exemplar.

Portanto, o Aprendiz Maçom é essencial para a continuidade e a vitalidade da Maçonaria, pois é através de seu desenvolvimento e aprimoramento que a ordem perpetua seus valores e ideais ao longo do tempo.

TFA

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ÁGAPE DO SOLSTÍCIO DE INVERNO NO HEMISFÉRIO SUL

ÁGAPE DO SOLSTÍCIO DE INVERNO NO HEMISFÉRIO SUL

LuCaS

Introdução

Ontem, noite de 21 de Junho de 2024, tive a honra de, mais uma vez, participar de uma sessão ritualística em comemoração ao Solstício de inverno do nosso hemisfério, a qual foi presidida pelo nosso Irmão Carlos Porto, Venerável Mestre da Augusta, Benemérita e Benfeitora Loja Simbólica “Regeneração Campinense 02”, Oriente de Campina Grande - PB, coadjuvado pelos Irmãos Ivan Lucena, 1º Vigilante e Paulo Gervany, 2º Vigilante; presentes, ainda, Mestres Instalados, Mestres, Companheiros e Aprendizes, além de Irmãos visitantes de Lojas coirmãs e Obediências com as quais a GLEPB mantém Tratados de Paz e Amizade.

Pois bem, a celebração do solstício de inverno pelos maçons no hemisfério sul é um evento de grande significado simbólico e espiritual. Tradicionalmente, nós maçons realizamos “ágapes solsticiais” durante o solstício, que são encontros fraternais para compartilhar, agradecer e unir energias em prol do bem maior e da ajuda à humanidade.

Essas celebrações não são apenas reuniões para comer ou beber, mas momentos de reflexão e renovação espiritual. No templo maçônico, as datas solsticiais são representadas por um símbolo especial, que é o círculo entre paralelas verticais e tangenciais, símbolo esse que está caindo no esquecimento, lamentavelmente.

Além disso, para os maçons e Civilizações Antigas, o solstício de inverno simboliza a vitória da Luz (Sol) sobre a Escuridão, e na maçonaria está associado às lições de São João, tanto Batista quanto Evangelista, enfatizando a reprovação do vício e a prática do amor fraternal.

A celebração dos solstícios e equinócios pela Maçonaria remonta a tradições esotéricas e iniciáticas antigas, que celebram o magnífico ciclo da vida e as mudanças das estações. Essas práticas são vistas como uma continuação das tradições culturais e espirituais que têm suas raízes em civilizações antigas, como os celtas e os egípcios.

Portanto, o solstício de inverno é uma época de celebração e reflexão para os maçons, marcando um tempo de renascimento e renovação espiritual.

A Celebração se fazia com um ágape:

Ágape era uma refeição que os antigos (primitivos) cristãos faziam em comum. Eles reuniam-se em torno de uma mesa disposta em formato de ferradura, pois para eles esta disposição transmitia a ideia de imagem do céu nas suas épocas solares.

Assim, a reunião de mesa tinha o cunho ritualístico religioso. Era o Kidush dos hebreus.

O Kidush (da raiz hebraica kodesh = sagrado significa “santificação, sagração” e era realizado na véspera de uma festa religiosa, ou na véspera do shabat (sábado), para realçar a santificação do dia.

A última ceia de Jesus com os apóstolos foi um Kidush, que precedeu à Pêssach (Páscoa).

A realização de Kidush, muito comum entre os essênios, deu origem à eucaristia, haja vista que a Igreja herdou muitas das práticas hebraico- judaicas. Assim, a Liturgia Eucarística da Missa é uma das partes em que a influência hebraica mais se manifesta. A Oração Eucarística é considerada o ponto central da ação de graças e consagração em que se revive a última Ceia de Jesus, quando, lançando as bênçãos sobre o pão e o vinho, ele os distribui entre os convivas; depois da devida preparação, realiza-se a Comunhão entre os fiéis, que se reveste do recebimento do corpo e do sangue do Cristo, como alimento espiritual.

Também, entre os demais povos da antiguidade, os banquetes eram frequentes. Qualquer evento extraordinário se transformava em motivação para que uma família, uma associação ou um grupo social se reunisse, para comemorar ao redor de uma mesa.

Além dos hebreus, que demonstravam particular prazer com as suas festividades, os egípcios e os gregos as celebravam, com singular recolhimento de convidar os deuses para os seus banquetes sagrados. De igual forma, os romanos não se esqueciam de convidar os Deuses festins, colocando-os em leitos que circundavam as mesas guarnecidas com iguarias.

Os Maçons, coparticipando dos banquetes primitivos, mantiveram as tradições antigas, realizando um belo culto ao simbolismo nos seus dias festivos.

Atualmente, o que é de conhecimento geral é que as festas de São João Baptista, 21 a 24 de Junho – solstício de Inverno, no nosso hemisfério – e de São João Evangelista, em dezembro – solstício de Verão, – são celebradas pelos Maçons com Sessões Especiais.

Como não se sabe a qual São João grande parte da Maçonaria honra como padroeiro, os dois são aceitos como tal. Mas, a maioria dos autores destaca São João Baptista como o verdadeiro padroeiro, por ter sido ele tomado como patrono pelos membros das sociedades de construtores romanos – os “collegiati” – convertidos ao cristianismo, e ainda pelo fato de os colégios de arquitetos celebrarem, assim como os povos da antiguidade, naquele hemisfério (Norte), o solstício de Verão. Esta tese foi reforçada pela fundação da primeira Obediência Maçônica do mundo – a Premier Grand Lodge – a 24 de Junho de 1717.

Loja de mesa

Procedimentos de uma Loja de Mesa:

De maneira geral, o Banquete Ritualístico deve ser realizado nos edifícios maçônicos, em salas apropriadas. Pode, todavia, ter lugar em qualquer outro edifício, contanto que tudo esteja disposto de maneira que, de fora, nada se possa ver e ouvir; isso significa que o Banquete Ritualístico deve estar a coberto dos olhos profanos, já que se trata de uma sessão ritualística.

Como dito, o Banquete Ritualístico, antigo costume maçônico, deveria ser realizado pelo menos uma vez por ano, de preferência no solstício de Inverno (no hemisfério Sul), ou de Verão (no hemisfério Norte).

O solstício de Inverno, no nosso hemisfério, ocorre a 21 de Junho, que é, então, a época mais propícia para o Banquete Ritualístico, embora muitas Oficinas o realizem no dia 24 de Junho, aproveitando o solstício e homenageando o padroeiro de muitos ritos maçônicos, São João, o Baptista.

Tudo o que é usado no Banquete Ritualístico tem um nome simbólico, ligado à arte de construir, aos materiais de construção e aos instrumentos necessários ao trabalho de edificação, são seguintes os nomes simbólicos:

·         Água: Pólvora branca ou fraca;

·         Sal: Areia branca;

·         Copos: Armas, ou Canhões;

·         Beber à saúde: Fazer fogo;

·         Cerveja ou Cidra: Pólvora amarela;

·         Cadeiras: Mochos;

·         Café: Pólvora preta;

·         Colher: Trolha;

·         Comer: Mastigar;

·         Comida em geral: Materiais;

·         Colocar líquido no copo: Carregar;

·         Faca: Alfange;

·         Garfo: Espeque;

·         Garrafa: Barrica;

·         Guardanapo: Bandeira;

·         Licor: Pó fulminante;

·         Luzes: Estrelas;

·         Mesa: Oficina;

·         Pão: Pedra bruta;

·         Pimenta: Cimento ou saibro;

·         Prato: Telha;

·         Travessa (prato): Bandeja;

·         Sal: Areia branca;

·         Toalha: Véu;

·         Trinchar: Desbastar;

·         Vinho: Pólvora vermelha ou forte.

 Arquitetura de uma Loja de Mesa:

A mesa do banquete é disposta em forma de ferradura, com as extremidades correspondendo ao Ocidente e a cabeceira (mesa de honra), ao Oriente.

O Venerável Mestre ocupa o centro da parte da mesa que constitui o Oriente, tendo, à sua esquerda, os Mestres Instalados e, se for o caso, o Venerável de Honra, e, à sua direita, as Dignidades do Simbolismo, presentes à sessão.

Os demais Oficiais e Dignidades, colocam-se como em Loja, ou seja: O Orador e o Secretário colocam-se nas extremidades da mesa de honra, frente a frente; ao lado deles, colocam-se o Chanceler e o Tesoureiro, tendo, junto a si, o Hospitaleiro; o 2° Vigilante senta-se na metade do lado Sul, ou na extremidade ocidental, ou sudoeste, da mesa (da ferradura); na metade da mesa do lado Norte, coloca-se o Experto; o 1° Vigilante ocupa a extremidade noroeste da mesa, variando a posição, conforme o rito (inversão dos lugares dos Vigilantes, Orador, Secretário, etc.); o Mestre de Cerimónias fica próximo à extremidade, ao Norte, junto ao 1° Vigilante e à disposição deste; finalmente, o Cobridor fica na extremidade sudoeste, de frente para o Oriente (se ali estiver o 2° Vigilante, ficará ao lado dele).

Os demais obreiros colocam-se à vontade, em torno da mesa, sempre na parte externa da ferradura, com Aprendizes e Companheiros ocupando o mesmo local que lhes compete nos templos. Se o espaço na parte externa não for suficiente, admite-se a ocupação de alguns lugares na parte interna.

Na mesa deve ter uma fita estreita, azul ou encarnada, conforme o Rito, indicativa do alinhamento das armas.

Na parte interna da mesa, sobre um pedestal colocado junto à mesa de honra, à frente do Venerável Mestre, estarão as Três Grandes Luzes Emblemáticas da Maçonaria (o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso), dispostas no grau de Aprendiz Maçom. Isso é fundamental, pois não pode haver sessão ritualística sem a presença das Três Grandes Luzes Emblemáticas.

Sobre a mesa de honra, diante do Venerável, estará um candelabro de sete braços (o menorá hebraico), um pedaço de pão e um copo de vinho tinto; à frente do 1° Vigilante, estará um candelabro de cinco braços e, à frente do 2° Vigilante, um candelabro de três braços. A presença do pão e do vinho é uma lembrança do ritual hebraico de kidush, incrementado pelos essênios.

Todos os participantes da Loja de Mesa estarão paramentados e as Dignidades e Oficiais usarão as joias dos seus cargos. Algumas Obediências costumam recomendar que não sejam usados os aventais, pois eles seriam reservados para os trabalhos da Loja no templo; isto, todavia, não é correto, pois, em qualquer sessão ritualística, o Maçom deve portar o seu avental, sem o qual será considerado como se estivesse nu.

As Saudações Obrigatórias, Saúde ou Brindes:

Há em todo banquete ritualístico, sete brindes obrigatórios, que são os seguintes:

1º. Ao Chefe da Nação e a sua família;

2º. À Sereníssima Grande Loja, a seu Grão Mestre e sua família;

3º. Ao Venerável Mestre da Loja e sua família;

4º. Aos Vigilantes da Loja e suas famílias;

5º. Aos Irmãos visitantes e Lojas Coirmãs;

6º. Aos Oficiais, demais membros da Loja e novos Iniciados;

7º. A todos os Maçons espalhados pelo Universo.

 Conclusão

A Loja de Mesa ou Banquete Ritualístico reveste-se de uma cerimônia sagrada, que deveria ser praticada pelas Lojas, anualmente, com toda solenidade, nas duas grandes festas tradicionais e, eminentemente simbólicas, que são as chamadas Festas Solsticiais ou de São João. Nestas festas são celebrados os Banquetes Fraternais.

Algumas Lojas realizam, anualmente, o Banquete Ritualístico, por ocasião da data da sua fundação.

O Banquete Ritualístico tem reminiscências antiquíssimas – Ceia dos Apóstolos, Ceia Pascoal dos Judeus e os Ágapes do Amor dos Cristãos – razão pela qual deve se revestir da maior seriedade. Não é uma brincadeira. É uma comunhão fraternal, razão pela qual é realizado longe das vistas profanas, portanto, deve ser evitado o excesso de bebida e de comida. Infelizmente, em algumas ocasiões, tem-se presenciado, neste tipo de Ágape Sagrado, mera festa de comilança.

O Banquete Ritualístico é um momento de confraternização, que é exercer uma confraternidade, em nome de todos os Maçons do orbe terrestre, de salientar os laços que unem os Irmãos dessa Ordem Universal. Neste momento deve-se estar conectado com o Grande Arquiteto do Universo, entendendo que, no momento dessa confraternização, dever-se-ia estar recebendo o mesmo alimento espiritual, alimento propiciador de uma ligação espiritual forte, mantenedora de um laço invisível e inquebrantável, que deve estar isento de qualquer mácula, pois advém de seres Iniciados.

Bibliografia

CAMINO, Rizzardo da. Dicionário Maçônico. 2a. Edição. Rio de Janeiro. Editora Aurora, 1991.

CARVALHO, Assis. Cadernos de Estudos Maçônicos – Cargos em Loja Nº 1. 3a Edição. Londrina. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda, 1988.

CASTELLANI, José. Cadernos de Estudos Maçônicos – Consultório Maçônico II. 1a Edição. Londrina. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda, 1989.

______________. Dicionário de Termos Maçônicos. 1a. Edição. Londrina. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda, 1989.

_______________. Loja de Mesa. 1a. Edição. Londrina. Editora Maçônica “A Trolha” Ltda, 2004.

FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de. Dicionário de Maçonaria. 2a. Edição. São Paulo. Editora Pensamento, 1974.

GRANDE LOJA DO ESTADO DA PARAÍBA. Coletânea de Ritualísticas Especiais. Ritual dos Trabalhos de Banquete. Aprovado pelo Decreto Nº 016/95-97. João Pessoa - PB. 1996.

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