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sexta-feira, 25 de agosto de 2023

ARQUITETURA DO TEMPLO DE APRENDIZ NO R. E. A. A. SEGUNDO THEOBALDO VAROLI FILHO

 

1. O TEMPLO DE APRENDIZ E SEU SIMBOLISMO - A Maçonaria Simbólica ou Azul é constituída de três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre. O Simbolismo é governado por instituições independentes e soberanas, denominadas Grandes Orientes ou Grandes Lojas. Estes corpos maçônicos congregam lojas maçônicas de determinadas regiões. Os graus acima do 3° são dirigidos pelos Corpos Maçônicos de cada Rito, sem interferência no Simbolismo. Porém, as lojas simbólicas, devem seguir a doutrina essencial e os métodos de cada Rito. Além disso, maçom que não pertença ou não permaneça no Simbolismo não pode pertencer a graus acima do 3°. Os graus superiores ao 3° constituem complementos e aperfeiçoamentos da ciência maçônica adquirida nos graus simbólicos.

Rigorosamente, cada grau maçônico tem o seu Templo. Como seria muito dispendioso construir um edifício maçônico dotado de compartimentos para todos os graus, usam-se determinados cenários num mesmo recinto, mediante cortinados de várias cores e diversos ornamentos.

 O edifício de uma Loja pode chamar-se Palácio Maçônico ou Oriente do lugar, bairro ou cidade. Nos saguões das estações rodoviárias e ferroviárias e nos aeroportos, quando for permitido, as Lojas de cada Oriente devem expor um cartaz que mencione o endereço da Oficina, escrito em vários idiomas, se possível.

Dá-se o nome de Templo Maçônico ao lugar principal em que os maçons trabalham. Esse lugar deve ser entendido, de modo simbólico apenas, como uma faixa entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Os trópicos são assinalados pelas duas colunas vestibulares do Templo de Salomão. JAQUIM e BOAZ (I-Reis, 7/21 e Crônicas ou Paralipômenos, II, 3/17). Embora essas colunas erguidas por Hiram ficassem no Oriente, como os dois, Obeliscos principais dos antigos templos egípcios; a Maçonaria, para facilitar uma síntese de conhecimentos, as coloca à entrada de seus Templos, isto é, no Ocidente e para simbolizar que no local existe um Oriente Maçônico. Internam-se as duas colunas no recinto secreto somente quando, por economia, se fazem adaptações numa sala, mais para, simular um átrio entre as duas colunas é a Porta. Em templo construído de modo apropriado, a internação das duas colunas é inadmissível. As duas colunas se não for possível colocá-las à entrada do átrio, como é de rigor, devem ladear a Porta e esta, por sua vez, feita no estilo salomônico, deve ser de quatro folhas, possuir um pequeno postigo e abranger, se possível, quase toda a extensão divisória do Ocidente. Abrem-se apenas as duas folhas centrais da porta, geralmente (I - Reis, 6/2 e 3 e II – Crônicas, 3/3 e 4). A Porta do Templo Maçônico existe, não para imitar propriamente o Templo de Salomão, mas para cobrir os trabalhos maçônicos, que são secretos e não podem ser vistos nem ouvidos fora do recinto (I/Reis, 6/7).

Entende-se a Loja como um parlamento ou congresso instalado no Templo de Salomão. Ensina-se, no Rito Escocês Antigo e Aceito, que essa tradição se origina principalmente dos Templários. A Ordem dos Cavaleiros do Templo, fundada em 1118, passou a reger-se pelos estatutos projetados por São Bernardo. Nesses estatutos mencionou-se que símbolo principal da Ordem e de seus Cavaleiros, inclusive os das Cruzadas, era Templo de Salomão, padrão das obras perfeitas dedicadas a Deus e expressão lata da doutrina de Abraão, pacífica entre judeus, cristãos e muçulmanos. Essa ideia já preconizava um fator de fraternidade, cujo maior exemplo foi de São João de Jerusalém, ou São João Esmoler ou Hospitaleiro, lendária figura de um príncipe de Chipre, que, ao tempo das Cruzadas, renunciara aos seus direitos de sucessor ao trono, para socorrer feridos, fundar um hospital e praticar a caridade.

2. EXTENSÃO SIMBÓLICA DE UMA LOJA - Simbolicamente, Templo Maçônico é Cósmico ou Universal ou Ordem e Universo (na Grécia, "kosmos" era tudo isso). Assim, uma Loja pousa sobre uma faixa retangular representativa de qualquer parte da superfície da Terra, cujo centro é do planeta, cuja altura é Zênite, cujo comprimento é do Oriente ao Ocidente e cuja largura é de Norte a Sul, sem limites, como o Universo, a Eternidade e a Caridade Maçônica.

3. DIMENSÕES MATERIAIS OU TERRENAS DE UM TEMPLO MAÇÔNICO - Atendendo-se exclusivamente a medidas simbólicas e não aos limites externos do Templo de Salomão, a área de um Templo Maçônico, abrangendo o recinto de trabalho secreto e o Átrio, deve ser de comprimento igual, ao triplo da largura, de modo a formar três quadrados perfeitos; o Oriente, o Meio e, o Ocidente. O Átrio deve ser igual à metade do quadrado do Ocidente, eis que, entre ele e o quadrado do Oriente, deve haver uma extensão de quadrado e meio, retangular. (1 - Reis, 6/2 e 3 e II - Crônicas, 3/3 e 4).

Nem todas as Lojas podem dispor de terrenos adequados a essas áreas. Além disso, quando há frentes reduzidas, deve-se evitar que o Templo se transforme num corredor. Toleram-se, pois, medidas aproximadas ou disfarçadas, ou substituídas pelo Pavimento Mosaico, mas nunca se dispensa o formato de um quadrilongo ou paralelepípedo retangular.

Existem, ainda, as medidas chamadas sublimes ou doiradas, fundadas em pretextos pitagóricos e ocultistas e, principalmente, no padrão usado na Idade Média, pelos Maçons Operativos construtores das Catedrais. Tais medidas são baseadas na proporção de 1 de largura por 1,618 de comprimento, mas nesse caso o Oriente tem de ser apenas retangular de largura, para que o restante do recinto fique exatamente com a área de um quadrado perfeito. Essas medidas devem ser evitadas no Rito Escocês Antigo e Aceito, de tradições templárias.

4.- AS COLUNAS PRINCIPAIS – Devem ficar no Átrio, à entrada deste ou junto às paredes Norte e Sul, ladeando a Porta do Templo. Atualmente se recomenda que as duas colunas, sempre de cor de bronze, e nunca das cores vermelha e branca, da Magia medieval, tenham as características mencionadas na Bíblia (I Reis, 7/15 a 22 e Crônicas, 2°, 3/15 e 4/12 e 13). As duas colunas, babilônicas e, por conseguinte, desproporcionais, podem ser feitas também de gesso pintado, de plástico ou de madeira bronzeada, embora se entendam simbolicamente ocas. Seus motivos principais são egípcios, eis que os construtores fenícios também empregavam estilos mistos ou sincréticos. Daí as bases das colunas, sempre arredondadas, devem ser largas até certo ponto do fuste. Este vai-se estreitando um pouco até o capitel, que termina em forma de açucena, dentro e em torno da qual se colocam as redes e as romãs, estas em número de três, no mínimo. Dois globos podem encimar as colunas: a Terra e a Esfera Celeste. Na base das colunas esculpem-se folhas de papiro, ou lotos, estes, para lembrarem a universalidade e aquelas a simbolizarem o material em que se escreve para sempre e com o qual Ísis, a Grande Viúva, construiu um barco à procura dos despojos de seu marido e irmão Osíris, o que vem a ser uma configuração da eterna busca do transcendental.

Para evitar confusões resultantes de inversão da posição das colunas, recomenda-se que no fuste das mesmas não se coloquem as iniciais J e B, nem em língua pátria, nem em caracteres hebraicos. No Rito Escocês Antigo e Aceito a coluna Jaquim ou "J" deve ficar à direita de quem entra no Templo, isto é, no lado Sul. A coluna Boaz ou "B" deve ficar ao Norte, formando um par com a outra.

É condenável esculpir as duas colunas nos estilos gregos, inclusive o coríntio, que não existia nos tempos de Salomão, eis que veio a definir se na era alexandrina: O modo errado resultou de enganosas interpretações derivadas de filósofos neoplatônicos e alexandrinos da Idade Média, principalmente, dos cabalistas medievais que desejavam fundir as ideias da Cabala com a filosofia grega.

5. CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS E FUNCIONAIS DE UM TEMPLO MAÇÔNICO - Desde que se respeitem as regras do Simbolismo Maçônico, nada impede que um Templo e seus compartimentos sejam construídos e ornamentados de acordo com a Arte sempre atualizada e os requisitos mais modernos

 Assim, as antigas velas podem ser substituídas por lâmpadas elétricas, salvo quando o rito, em certas práticas, exigir o velho costume. Todo o sistema elétrico de iluminação deve ficar sob o comando de um painel, ao cuidado do Irmão Arquiteto ou de outro Obreiro, de maneira que as luzes se apaguem ou se acendam nos lugares devidos e conforme o ritual. 

Por sua vez, a decoração deve ser entregue a artistas especializados. Não há apegar-se a mitos, como o de não se admitirem janelas num Templo Maçônico. Basta fazer com que as aberturas não permitam que do exterior se veja o recinto, ou algo se escute dos trabalhos sigilosos. Permitem-se cúpulas altas e fenestradas, de janelas oblíquas, que aproveitem a luz do Sol poente e nascente, como no Templo de Salomão. Vitrais na Abóbada e no alto das paredes podem representar a Esfera Celeste. Um vitral circular, no alto do teto, facilita a representação das Constelações e a pintura dos Signos Zodiacais, ao redor.

As paredes e o teto do Templo de Aprendiz devem ser azuis-celestes e estrelados rigorosamente de acordo com o Mapa Celeste, como se apresenta no padrão das cosmografias. Para se cumprir uma tradição do escocismo deve permitir-se que a decoração, e não a cor seja dominantemente vermelha e restrinja-se aos cortinados, à tapeçaria em geral, às almofadas e a certos ornamentos. As Lojas que ainda mantêm a cor vermelha nas paredes devem conservar a pintura tradicional.

Estrelar o teto do Templo é apenas uma lembrança dessa maneira de decorar adotada no antigo e majestoso Templo de Luxor, dos egípcios. Paredes e teto simplesmente azuis-celestes satisfazem o ritualismo maçônico, desde que se representem na Loja o Sol e a Lua e, entre estes dois astros, a Estrela Flamígera. É essa a verdadeira posição dos três símbolos, embora se admitam variações.

Também se pode decorar o céu da Loja assim: no centro do teto, três estrelas da constelação Órion; das mesmas ao nordeste, às Plêiades, as Híadas e Aldebaran e; na posição adequada, Regulus, de Leão; ao norte, a Ursa Maior; a nordeste, Arcturus (vermelha); a leste, a Espiga, da Virgem; a oeste, Antares; ao sul, Fomal-Haut; os planetas Júpiter e Vênus, respectivamente, no Oriente e no Ocidente; Mercúrio, perto do Sol e Saturno, próximo a Órion. O Sol se deslumbra no Oriente, com a claridade da Aurora. É o Dia. Ao passo que a Lua, no Ocidente, num fundo escuro e ornado de nuvens discretas, dispersas e calmas, representa a Noite. É aproveitável também a ideia de se projetarem estrelas, planetas e satélites no teto da Loja, por meio de aparelhos refletores.

A Maçonaria Oculta chama de Estrelas Principais, as três de Órion, as cinco Híadas e as sete das Plêiades. Aldebaran, Arcturus, Regulus, Antares e Formal-Haut são denominadas Estrelas-Reais. 

Também se usa pintar o Hemisfério Celeste correspondente ao local, ou toda a Esfera Celeste, no padrão cosmográfico. No Brasil é tradição aparecer principalmente o Cruzeiro do Sul.

As estrelas podem também ser esculpidas ou representadas por pequenas lâmpadas ou pontos luminosos. 

6. O PAVIMENTO MOSAICO - Rigorosamente e como exige a Maçonaria Clássica, é todo o chão do Templo, inclusive o do Átrio. Os antigos rituais do escocismo ora o mencionavam, ora não. No escocismo, ele é o ladrilhado branco e preto, mas em diagonal e não como um tabuleiro de xadrez. Os ladrilhos devem ser de tamanho que proporcione a medida dos Passos Regulares, que no Rito geralmente são seguidos com os pés em Esquadro abertos para a frente, isto é, da maneira mais natural. Entre outros significados que serão explicados em Instruções, o Pavimento é o caminho de Pedras Lavradas em que se firmam os passos daqueles que se livram das trevas, e de um mar de lama (Bíblia, Salmos, 40/2 ou, na Vulgata, 39/2).

O Pavimento é Mosaico, não por se assemelhar a uma figura de pedras justapostas, como as obras assim chamadas, mas pelo fato de existir uma lenda pela qual Moisés teria assentado pedrinhas coloridas no chão da Tenda que abrigava o Tabernáculo (Pavimento Mosaico, de Moisés ou judaico).

Quando não se puder revestir todo o chão da Loja com ladrilhos brancos e pretos (ou madeira clara e escura), procura-se assoalhar da mesma maneira a faixa de passagem entre o Oriente e a Porta do Templo. O uso de tapetes não é conveniente, a menos que a Loja seja obrigada a funcionar em recintos adaptados.

7. A ORLA DENTEADA - Contorna todo o Pavimento Mosaico e não deve interromper-se, razão pela qual deve ser como uma guarnição junto às paredes e ao longo da Porta do Templo. Em não sendo possível tal disposição, ela deve figurar no alto das paredes, à altura da Corda de Nós.

8. A GRADE DO ORIENTE - É uma balaustrada ou um pequeno muro que separa o Quadrado do Oriente, distinguindo-o do resto do recinto. Deve ser interrompida num espaço igual ao da faixa de passagem central e, para não encobrir a Orla Denteada, deve ser lateralmente um tanto separada das paredes Norte e Sul. Pode ser ladeada de colunas proporcionais, diferentes daquelas que já estão representadas na Loja, isso para completar as cinco ordens clássicas: Dórica, Jônica, Coríntia, Compósita e Toscana.

9. O ORIENTE E O TRONO - É de bom gosto construir o fundo do Oriente com uma parede curva e projetada sobre o lado extremo do Quadrado. Isso realça do Trono de Salomão, no qual tem assento exclusivamente o Venerável ou o Grão-Mestre, sem exceção, O Trono fica sob majestoso dossel, cujo alto nunca deve ser como um pálio ou um toldo de cobertura, mas um discreto ornamento, como uma coroa cortada ao meio e da qual pendam cortinas de veludo vermelho, de tal forma dispostas que não cheguem a cobrir o Retábulo ou Painel do Oriente. Todo o dossel, com seus cortinados, pode ser uma escultura de gesso ou de argamassa devidamente suportada. Se não for possível a colocação da Estrela Flamígera no alto e no meio do Templo, entre o Sol do Oriente e a Lua do Ocidente, o emblema deve ficar no alto da pequena cobertura do dossel, ostensivamente e no lugar onde; de um modo geral, figuram o Compasso e o Esquadro cruzados em torno da letra "G".

Atrás do Trono e junto à parede está o Retábulo ou Painel do Oriente, de fundo azul-celeste emoldurado de vermelha e dourado, como os ornatos do dossel, e ladeada de duas meias-colunas, ou Salomônicas (espiraladas), ou, preferivelmente, jônicas (Sabedoria). O fundo também pode ser liso e moderno, com as figuras pintadas ou incrustadas na mesma superfície da parede. O Triângulo Radiante, equilátero e de base horizontal, como o imaginou Xenócrates e outros para representar a Divindade, deve ser a figura central e luminosa, se possível. Para que jamais seja encoberto pela pessoa do Venerável (mesmo de pé), deve ser numa altura conveniente, entre o Sol (Osíris, Atividade, Sabedoria etc.) e a Lua (Ísis, Passividade, Amor, Reflexivo etc.), o astro-rei do lado do Orador da Loja e o satélite do lado do Secretário. Se o Templo foi construído quando o Orador se sentava ao Sul (o que estava mais certo), deixa-se a configuração.

No interior do Triângulo Radiante ou Delta Sagrado há um Olho Esquerdo - O Olho Onividente, a Verdade d'Aquele que É, Foi e Será. O símbolo também lembra Horus, o filho da Viúva Ísis, aconselhado por seu pai Osíris a lutar pela Verdade, contra o Mal (Set ou Tifão). É permitido, porém, substituir o Olho Que Tudo Vê pela figura da Estrela Flamígera, com a letra “G”, no centro, ou, simplesmente, pela letra IOD, do Tetragrama hebraico, ou, mesmo, pelas quatro letras IOD-HÉ-YAU-HÉ gravadas à maneira hebraica, inversamente ao modo ocidental.

O Oriente de um Templo Escocês deve ser mais alto. Sobe-se a ele por quatro degraus à entrada da Grade, ou por um só degrau. Porém, essa regra não é mais obrigatória, diante da arquitetura maçônica funcional e moderna, que tem apresentado Templos de um só plano muito mais bonitos. O importante e indispensável é que o Trono do Oriente esteja sobre um plano de três degraus. Por outro lado, é absolutamente rigoroso que a Cátedra do Trono seja isolada e distinta das demais, que a circundam, ainda que possam ficar num mesmo plano. Para melhor efeito a parte da mesa destinada ao Venerável deve ser mais alta do que as partes laterais, tudo na devida proporção.

10. PEDRA, CEDRO DO LÍBANO e OURO - São representações que jamais podem faltar num Templo do Simbolismo Escocês, para o qual, esotericamente, a Pedra representa Estabilidade, o Cedro a Vitalidade e o ouro a Espiritualidade. Releva-se que o Templo de Salomão continha esses três elementos principais, que a Maçonaria substituiu simbolicamente por Pedras Lavradas ou Mármore, Madeiras de Lei e ornatos dourados.

11.  MOBILIÁRIO E OUTROS ORNAMENTOS DE UMA LOJA DE APRENDIZ-MAÇOM - Em que pese à tradição, em Loja Maçônica usam-se cadeiras confortáveis para todos, e não mais os incômodos bancos de Aprendiz e Companheiro, de antigamente. Também já está em desuso construir o Oriente, o Norte e o Sul em planos mais altos. Basta que se suba ao Trono do Oriente por três degraus, ao altar do 1° Vigilante por dois degraus e ao do 2° Vigilante por um só degrau. Convém que o Trono e esses dois altares estejam sobre planos circulares ou semicirculares, com degraus do mesmo formato e com todo o conjunto (de Cátedra, Mesas e estrados) devidamente separado, para facilitar a circulação dos Obreiros.

A Loja é governada por um Triângulo de Três Mestres ("tres faciunt collegíum"): o Venerável Mestre, o 1° Vigilante e o 2° Vigilante, que ocupam, respectivamente, o Trono, o altar norte - ocidental, ao lado da faixa de passagem, e o altar situado no Sul, no meio dos Obreiros e de frente para o Equador, isto é, num Meridiano imaginário ou Meio-Dia. Os três titulares são portadores do Malhete, símbolo de autoridade democrática e evolução do antigo cetro real. 

A mesa do Venerável pode ser comum, retangular ou mais elevada no meio, e pode possuir um complemento frontal de forma prismático - triangular, a apontar para o Ocidente, o que dispensa o chamado Altar de Juramentos. Mesa (altar-mor) e Cátedra ficam sob o dossel. A Cátedra é de espaldar alto, esculpido de motivos maçônicos na cabeceira (Esquadro e Compasso entrelaçados, etc.). Pode-se ladear o espaldar com duas molduras salomônicas ou jônicas, o que empresta mais simbolismo ao conjunto. A mesa pode ostentar na face frontal o Esquadro, que é a joia do Venerável. Diante da face frontal sul da mesa, verticalmente e fixado num pequeno cavalete preso ao último degrau do Trono, coloca-se um quadro que contém a Carta Constitutiva da Loja e, no lado norte, igualmente disposta, coloca-se a Prancheta, gravada com as Paralelas Cruzadas e o X de ângulos opostos pelo vértice, expressões do limitado e do infinito, que servem à composição do Alfabeto Maçônico. Sobre a mesa deve haver sempre, além do Malhete, a Espada Flamígera (de lâmina, serpeante ou de fogo, prevista no Gênesis ou Bêrezith, 2/24), e, mais, o material de escrita, um volume dos rituais simbólicos e outro de todas as leis e regulamentos maçônicos vigentes. Se a mesa não possuir molduras de meias, colunas jônicas (Sabedoria), sobre ela pode estar pousada uma miniatura correspondente. É de bom gosto e muito simbólico ostentar ao norte do trono uma estátua de Minerva, cuja imagem também pode ser pintada à moda acadêmica ou por filamentos, em local conveniente da parede oriental. Se a mesa servir de altar de Compromissos ou de Juramentos, como tem servido originalmente, devem estar sobre ela um Livro da Lei Sagradas (Bíblia, ou o Código Moral da religião do iniciado), o Esquadro e o Compasso. Tal disposição deve ser adotada para aqueles cuja crença não admita a genuflexão, embora esta, no Rito Escocês 'constitua uma tradição haurida dos Cavaleiros do Templo, ao serem consagrados.

Para as ocasionais genuflexões (somente em iniciações), coloca-se no Oriente, diante do altar do Venerável, mais um pequeno móvel de superfície triangular, quadrada ou circular, de mais ou menos 60 cm. de altura. Trata se do Altar de Juramentos, já consagrado pelo uso e como complemento do altar frente ao Trono. Pode-se assentar a parte útil sobre uma coluna jônica, baixa, o que dispensa o mesmo ornamento na mesa do Venerável. Convém, entretanto, que esse altar contenha uma parte frontal ou face, ostensiva, na qual figurem o Círculo Entre Paralelas Tangenciais e Verticais e a Escada de Jacó, como os símbolos ascendentes das Três Virtudes: Fé, Esperança e Caridade, (Cruz Grega. Âncora e uma Lâmpada antiga, de bico, ou um Cálice ou Graal de comunhão e Amor ao Próximo). No topo da Escada há uma Estrela de Sete Pontas. O Círculo entre Paralelas verticais sugere que o Sol não transpõe os Trópicos, lembrando ao Maçom que a Consciência religiosa de cada Irmão é inviolável. Lembra também a antiquíssima tradição de se comemorarem os inícios do Verão e do Inverno, em festas que as Corporações medievais inclusive a dos Pedreiros Livres, passaram a realizar nas datas de S. João Batista (24 de junho) e São João Evangelista (27 de dezembro). As grandes reuniões maçônicas são feitas nessas datas. Há lembrar, mais, que por Loja de São João deve entender-se uma tríade pelos dois santos e mais o já citado São João de Jerusalém (excluído da liturgia católica). Não há qualquer configuração religiosa nessa tríade. O motivo maçônico é puramente histórico. Quanto às Paralelas, representam, além dos trópicos de Câncer e de Capricórnio, Moisés, que instituiu o Governo da Lei e não dos homens, e. Salomão, o Pacífico e Sábio, construtor do Templo que evoluiu da Tenda. No escocismo, principalmente, as paralelas representam João, o Batista e Precursor, e João, o Evangelista, Seguidor e Pregador. Num Templo Maçônico falam todos os símbolos e todas as partes.

O Círculo entre Paralelas e a Escada de Jacó podem ser esculpidos na face frontal da mesa do Venerável, se for plana a superfície. Ou podem ser discretamente pintados no Retábulo. Ainda, podem constar de um Painel Alegórico, Semelhante ao de Harris (do século passado).

Os altares do Venerável e dos Vigilantes levam cada qual um candelabro tríplice, cujos focos ou lâmpadas se colocam à maneira de três pontos ou vértices de um Triângulo Equilátero. Os candelabros podem ser postiços e cambiáveis e colocados livremente em posições que impeçam incômodos à visão dos titulares e dos circunstantes; razão pela qual eles podem ser colocados atrás das Cátedras ou um pouco abaixo da face frontal de cada mesa, com os focos de intensidade luminosa bem fraca. Cada altar como todas as mesas de ofício, deve ter também um quebra-luz baixo que ilumine apenas a superfície útil do móvel e não difunda luz quando o Templo represente as Trevas. As Cátedras se assemelham.

A joia do 1º Vigilante é o Nível Maçônico, que tem a forma de um Esquadro ou ângulo reto superior, de cujo vértice pende um Prumo a cair no ponto meio de uma hipotenusa mediana. O instrumento é Esquadro, Nível e Prumo ao mesmo tempo, e nunca deve ser substituído por nível de bolha de ar. A joia pode ser esculpida na face ostensiva da mesa e, se esta for prismático - triangular, nas duas faces dianteiras. Importante é que haja a Coluna Dórica (Força, Poder) representada sobre a mesa ou nas quinas, ou à frente, baixa, a substituir o suporte da Pedra Bruta. Esta joia fixa deve ser acompanhada de um Maço, ovoide ou cilíndrico, de madeira e de um Cinzel ou escopo de ferro. Ao lado do titular, se já não existir a figura correspondente na parede do Norte, costuma-se colocar uma estátua de Hércules (Força), mas de maneira estética, ostensiva e não prejudicial à circulação dos Obreiros. Além disso, o 1º Vigilante tem ao seu lado o "Lugar Seguro", no qual se recolhem os instrumentos de trabalho da Oficina. Esse lugar pode ser de g vetas da mesa, se esta for ampla, ou de gavetas disfarçadas nos degraus dos dois estrados, ou de um pequeno armário lateral, a noroeste.

A joia do 2º Vigilante é o Prumo, que também é representado nas faces da mesa ou altar respectivo, no qual se inserem ou 'se acrescentam também, configurações da Coluna Coríntia (Beleza), se esta não estiver sobre a mesa, ou não servir de suporte à Pedra Cúbica ou ao Silhar (Pedra Cúbica Piramidal). Esta 2ª joia fixa deve ser acompanhada de um esmeril de pedra. A superfície em que se apoia simula pó de pedra, de mármore, ou areia colada. Uma estátua de Vênus ou de Apolo ladeia o Altar, se a figura já não estiver representada na parede do Sul.

São chamadas joias fixas e irremovíveis a. Pedra Bruta; Cúbica e a Prancheta, as quais, a rigor e se possível, devem ser cobertas, nas sessões brancas, com panos quadrados, de pano, vermelho e, nas sessões fúnebres, com panos pretos ou de crepe.

O Esquadro (Venerável), o Nível (1º Vigilante), e o Prumo (2º Vigilante) – são chamados joias Móveis, eis que se transmitem aos sucessores dos titulares.

Também ocupam mesas e respectivas cátedras o Orador, ao norte do Oriente e próximo à Grade e o Secretário, à frente dele e a sudeste, ambos nos limites da faixa longitudinal de passagem; por sua vez, aquém da Grade, ao Norte e ao Sul respectivamente e pouco distante do Orador e do Secretário, apenas s parados do Oriente, ficam os altares ou mesas do Tesoureiro e do Chanceler.

A mesa do Orador é esculpida na face frontal com vários motivos que lembrem a Lei e a Justiça, o símbolo das Doze Tábuas romanas ou do Decálogo hebraico, ou uma "rota" babilônica (Octada-Sol) que lembre as leis concedidas a Hamurabi, ou a Dungi. Uma balança por cima de um livro aberto é o mais comum. Sobre a mesa do Orador, além do material de escrita; devem ficar um volume completo das leis maçônicas vigentes, inclusive as do Regulamento da Oficina, um volume de rituais e uma coletânea dos Atos e Decretos do Grão-Mestre.

A mesa do Secretário deve ter o emblema do ofício - duas penas sobre um livro, ou num baixo-relevo, a figura do deus Nebo - o escriba do Universo, ou uma reprodução do Escrivão Egípcio.

A mesa do Tesoureiro ostenta duas Chaves Cruzadas ou uma chave sobre um cofre. Por sua vez, a mesa do Chanceler é esculpida frontalmente, e a figura é um Timbre ou Selo.

Não há obrigatoriedade de se colocarem castiçais de um só foco nas mesas do Orador, do Secretário, do Tesoureiro e do Chanceler. Um quebra-luz baixo é quanto basta.

As Três Grandes Luzes Emblemáticas - Livro da Lei Sagrada, Esquadro e Compasso - devem ficar sobre o Altar de Juramentos.

O Mestre de Cerimônias e os Diáconos usam bastões de madeira escura natural. Para o primeiro, o topo do bastão é ornado com o Esquadro e Compasso entrelaçados em torno da letra “G”, e com uma régua logo abaixo do emblema. Os dois últimos usa bastões ornados no. Topo com a Pomba Mensageira ou um par de asas mercurianas. Há variações. A direita de cada titular deve haver um suporte para cada bastão. No Rito Escocês as emblemas são doirados.

Rodeia a alta das paredes do Templo uma Corda de 81 Nós (equidistantes) natural ou esculpida, com o nó central no alto do Trono ou do dossel e quarenta nós de cada lado espalhados na direção nordeste-norte e sudeste-sul, até que as extremas terminem, ladeando a Parta, por duas Borlas. No Oriente também se adaptam à Corda, nos cantos, duas outras Borlas. Quando há somente duas Borlas, uma representa a Prudência e a outra a Justiça. Quando há Quatro Borlas; as do Oriente são a Prudência e a Justiça e as do Ocidente são a Temperança e a Coragem.

Além da Corda, pode percorrer as Paredes do Templo, até se fechar no Alto da Parta, uma Cadeia de União a lembrar a corrente de ferro com que os Pedreiros Operativos firmavam as paliçadas ou tapumes dos "canteiros”. Tanto a Corda de Nós, como a Cadeia têm significados esotéricos semelhantes, inclusive o da união dos maçons espalhados pelos quatro cantas da Terra.

Se os signos do Zodíaco já não estiverem representados em torno da abóbada do Templo, podem configurar-se por doze meias colunas, nas paredes, ou seis ao Norte e outras seis ao. Sul, ou como a descreverem um "U", com a curva no Oriente e as pontas no Ocidente, ou, ainda, duas no Ocidente, quatro ao Norte, quatro ao Sul e duas no Oriente. A comodidade e os espaços exigem, porém, que elas não sejam colocadas no fundo do Oriente. A ordem dos signos é feita à maneira de quem escreve um "U" do Norte ao Oriente e do. Oriente ao Sul. Segue a posição aparente ou real dos signos, mas é importante que Câncer fique ao Norte e Capricórnio ao Sul, acompanhando a linha dos Trópicos. As meias colunas podem ser compósitas, para se diferenciarem das demais existentes no Templo, onde se configuram sempre as cinco ordens arquitetônicas.

No Oriente há dois mastros munidos de carretilhas corrediças ou de um orifício. Superior a do Norte, verde-amarela, serve para a Bandeira Brasileira. O do Sul serve para o Estandarte da Oficina, que é levantada pelo respectivo oficial, ou recolhida, simultaneamente à declaração de que a Loja está aberta ou fechada.

É de uso maçônico brasileiro erguer o. Pavilhão Nacional em Sessões Magnas, mas a verdade é que essa prática não tem aceitação universal, embora o maçom cultive o Amor a Pátria. Para honrar a Bandeira, basta aos maçons erguê-la, com solenidade de acordo com as normas legais, à frente do Edifício Maçônico e durante o dia. Permite-se, porém, que o Pavilhão Nacional ingresse no Templo, como o último a entrar e o primeiro a sair, o que se faz com as solenidades previstas nos rituais. Porém, isso deve praticar-se exclusivamente em Sessões Brancas e comemorativas de Datas Nacionais e, excepcionalmente quando se consagra um Templo novo, ocasião em que o Pavilhão, já no seu mastro e arriado, é levantado lentamente, ao som do Hino Nacional, para permanecer assim até que se realize a primeira sessão regular da Loja.

Não é lícito pendurar estandartes nas paredes da Oficina.

Bem a sudoeste da Loja deve haver um móvel com uma jarra Judaica e uma miniatura do Mar de Bronze (I - Reis, 7/25 e II - Crônicas, 4/15). As mãos do iniciando em certa oportunidade, são lavadas nesse mar, que muitas lojas substituem por uma bacia artística. O mar pode ser de gesso e pintado de bronze.

Bem a noroeste deve haver uma espécie de altar de Perfumes, que é levado ao meio do Templo quando este é inaugurado, mas que também pode servir para a simbólica purificação pelo fogo. Permite-se que ele seja munido de filamentos e resistências elétricas, para produzir calor razoável, como um aquecedor, mas de modo que não se danifique com a queima de incenso e outros ingredientes.

Um Tapete Alegórico de cada grau simbólico, de forma retangular (proporção 1x1,618), e de modo, a deixar espaço em todo o seu redor, deve ser colocado sobre o Equador da Loja e a partir da posição do 2º Vigilante, mas isso deve ser feito pelo 2° Diácono, de passagem, quando se declara aberta a Loja. Fechada a Loja, O Tapete é coberto ou retirado, simultaneamente à declaração de fechamento.

O Tapete pode ser substituído por um quadro deitado ou pendurado num cavalete.

É em torno desse Painel que os Obreiros fazem a Circunvolução, na forma indicada nos rituais. Importante é que os desenhos sejam emoldurados pela Orla Denteada, com as Quatro Borlas nos cantos, e nos pontos-médios dos lados, com as iniciais dos Quatro Pontos Cardeais.

12. O ÁTRIO - É o compartimento vestibular do Templo. É nele que se colocam as duas colunas “J” e “B”, como manda a regra mais acertada. O seu chão é também branco e preto, mas pode ser como um tabuleiro de xadrez. Pisos de madeira, dispostos em quadrados claros e escuros, satisfazem à exigência.

O Átrio dá para os demais compartimentos ou corredores do Edifício Maçônico, sendo possível; deve ter uma porta ao Sul, a qual dá para uma Escada Caracol que vai para a Câmara do Meio, no andar superior (lI - Reis, 6/8).

Embora o Átrio, deva ser vazio, é costume colocar no seu recinto um dispositivo de guardar as Espadas ou Gládios Maçônicos e os bastões denominados “estrelas".

Por via de regra a espada maçônica deve ter o elmo cruciforme, com o cabo roliço e ornado do Esquadro e Compasso com a letra “G”, e os dois ramos terminados com as “volutas” da coluna jônica. A lâmina tem dois gumes, mas não deve cortar. Uma saliência mediano longitudinal percorre as duas faces da lâmina, esta sempre muito bem niquelada ou Cromada. Infelizmente; os maçons não têm usado bainha e cinta, o que é de rigor. Por isso, é mais comum que o Arquiteto coloque as espadas nos espaldares das cadeiras situadas no meio do Templo. No Rito Escocês a bainha da espada é dourada, ou de couro preto ou plástico, e fica ao lado esquerdo do corpo do Obreiro. Espadas devem sempre ser empunhadas na mão direita. Por outro lado, é proibido fazer sinais com elas.

Chamam-se "estrelas" os bastões de cor azul-celeste e de altura aproximada de 1,90 m., com um foco luminoso no topo, ou uma estrela brilhante, de cinco pontas. Ainda se, usam velas, para os focos, mas a prática moderna não deve ser essa a melhor é ajustar uma estrela, ou colocar no topo do bastão o dispositivo de uma lanterna fina de pilha seca e de maneira que a lâmpada fique livre.

As estrelas servem às comissões de recepção, em certos casos e conforme o ritual.

Certas recepções são feitas com "abóbada de aço", formada de espadas cruzadas no alto. É proibido, nesse caso, bater ou vibrar as espadas, como nos falsos costumes de algumas lojas desavisadas.

13. A SALA DOS PASSOS PERDIDOS - Além de outros compartimentos destinados aos próprios misteres sociais, o Edifício Maçônico tem uma sala de recepção, denominada Sala dos Passos Perdidos, mobiliada e de paredes decoradas de quadros ou galerias de retratos de maçons ilustres ou dos que se sucederam no Governo de uma Loja. A sala, além das cadeiras de espera, deve ter uma mesa ampla, sobre a qual devem estar, antes das sessões, o Livro de Presença dos Irmãos do Quadro e o Livro de Visitantes.

14. O SALÃO DE BANQUETES - Junto a uma discreta cozinha e de portas sempre fechadas, sem prejuízo da necessária ventilação pode haver nos Edifícios Maçônicos um salão de banquetes, para os ágapes tradicionais ou ritualísticos. A mesa, longa deve ter- a forma de "U" e, em certos casos, de um "T”. Convém que essas disposições sejam formadas por mesinhas justapostas. Um ritual regula os banquetes.

15. AS CÂMARAS DE REFLEXÕES - São pequenos compartimentos do subsolo, ou ao lado do Átrio, se não se puder construí-los adequadamente. São pintados de preto por dentro e lembram masmorras. As paredes internas podem ser de pedras escuras: No interior, há uma mesa e uma cadeira e, no chão vários pés direitos de alpargatas, sandálias de tiras e solas finas; ou chinelos. Sobre a mesa, uma só vela acesa, num castiçal (salvo se houver um moderno foco de luz negra), uma ampulheta de areia (Tempo), duas taças, com as respectivas inscrições AMARGO e DOCE, um crânio humano com duas tíbias e um alfanje (Morte), uma imitação de pão de trigo, cortado (nutrimento do Corpo), uma jarra de água (nutrimento dó espírito, purificação), como respectivo copo, além do material de escrita e os impressos do testamento. No fundo escuro, com figuras e letras, pintadas com tintas fosforescentes, ou levemente luminosas, há um conjunto bem à frente da mesa, assim composto, de cima para baixo: a – um galo que canta (despertar, novo dia, ressurreição de quem morre para a vida profana), com a cabeça da ave à esquerda do observador; b) debaixo dessa figura, mais dois significados da mesma - as palavras VIGILÂNCIA e PERSEVERANÇA; c) - logo abaixo, a figura da Morte, com o seu alfanje e, sob a figura esta inscrição bem visível: LEMBRA-TE QUE ÉS PÓ E QUE AO PÓ VOLTARAS; d) - por último, as seguintes advertências: 

Se a curiosidade aqui te conduz, retira-te.

Se queres bem empregar a tua vida, pensa na Morte.

Se temes que se descubram os teus defeitos, não estás bem entre nós.

Se és apegado às distinções mundanas, retira-te; nós aqui não as conhecemos.

Se fores dissimulado, serás descoberto.

Se tens medo, não vás adiante. 

Os objetos simbólicos que ficam sobre a mesa também podem ser substituídos pelas respectivas imagens acrescentadas à pintura do conjunto descrito.

É dispensável a expressão V. I. T. R. I. O. L, no alto.

(Quando o Experto estiver na Câmara com o candidato à iniciação, deverá aconselhá-lo, sem dar-lhe qualquer explicação, que preste a máxima atenção às figuras e às inscrições e ao ambiente, para que possa externar as suas impressões quando interrogado oportunamente. Pedirá ao candidato, mais, que escreva o seu testamento).

Bibliografia: 

VAROLI, Theobaldo Filho – RITUAL E INSTRUÇÕES DE APRENDIZ MAÇOM DO REAA – Editora A Gazeta – São Paulo - 1974.

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