A Grande Loja Unida da Inglaterra – UGLE – aceita mulheres transexuais que tenham sido iniciados como homens
As mulheres transexuais podem permanecer como maçons se já eram o como homens, disse a Grande Loja Unida de Inglaterra (UGLE).
Expulsar maçons que façam a transição é considerado
“discriminação ilegal”, advertiu a Grande Loja Unida da
Inglaterra (UGLE).
Assim, usar a transição de um maçom como razão para
excluí-lo de uma loja exclusivamente masculina é “discriminação ilegal e,
portanto, nunca poderá constituir uma causa suficiente”.
As mulheres que fizerem a transição para se
tornarem homens também deverão ser autorizadas a aderir, isto é, ter suas
iniciações autorizadas ou permitidas. O documento de orientação diz que a
mudança de sexo do maçom deve ser “tratada com a maior compaixão e
sensibilidade”.
Independentemente da identidade de gênero, os
200.000 membros do UGLE ainda serão formalmente referidos como “irmãos”, diz o documento. Informalmente eles
deverão ser chamados “pelo nome e título que tiverem escolhido”.
O documento emitido para 7.000 lojas em todo o país
diz: “Se um maçom que é membro da UGLE deseja mudar de gênero e se
tornar uma mulher, esperamos que receba o apoio total dos seus irmãos”.
Michael Baker, diretor de comunicações da UGLE,
disse:
“Embora
não tenha havido nenhum pedido geral de orientação sobre a problemática do gênero,
questões sobre o assunto provavelmente tornar-se-ão cada vez mais comuns no
futuro, e agora parece ser um momento oportuno para emitir orientações gerais
aos nossos membros”
Um documento de perguntas frequentes anexado à
orientação, explica que as lojas devem permitir que os membros que fizeram a
transição para uma alternativa feminina trajem em conformidade, ou seja, possam
usar uma saia e um top escuro elegantes.
Dado o papel fulcral que a United Grand Lodge of
England desempenha na Maçonaria Regular, será interessante ver como é que esta
orientação vai repercutir por todo o mundo.
Notícias sobre este assunto podem ser encontradas
na BBC, no The Telegraph, no The Guardian, entre outros.
A seguir transcreve-se a “Gender
Reassignment Policy”, que poderá ser lida na íntegra:
·
Escopo
Esta política estabelece a abordagem da UGLE às
questões levantadas para a Maçonaria pela mudança de gênero.
O objetivo é ajudar a orientar as Lojas em suas
tomadas de decisão. Não impõe regras vinculativas e, embora forneça algumas
orientações gerais sobre a legislação acerca da discriminação, não constitui aconselhamento
jurídico. Esta Política não tenta abordar todas as questões relacionadas com o gênero
que podem surgir à medida que a mudança de gênero e a transição de gênero se
tornam mais prevalentes numa sociedade em mudança e quando o fazem, terão de
ser abordadas de acordo com os princípios maçônicos de legalidade, bondade e tolerância.
·
Geral
É importante que qualquer situação que envolva a
mudança de gênero de um maçom seja tratada com a máxima compaixão e
sensibilidade e que o indivíduo seja apoiado durante todo o processo.
Se um Maçom que é membro da UGLE deseja mudar de gênero
e tornar-se mulher, esperamos que o Maçom receba o apoio total dos seus irmãos.
A privacidade do indivíduo deve ser respeitada e normalmente não haverá
exigência de informar o Grande Secretário Metropolitano, Provincial ou
Distrital aplicável ou o Grande Secretário sobre esta mudança.
·
Pedidos
de admissão
Um candidato à admissão na Maçonaria sob a
jurisdição da UGLE deve ser um homem. Se uma pessoa que passou por uma mudança
de sexo e se tornou homem se candidatar para se tornar maçom, então a sua
candidatura deverá ser processada da mesma forma que para qualquer outro
candidato do sexo masculino.
Qualquer candidato qualificado para admissão pode
ser proposto para membro de uma loja privada de acordo com as disposições das
Regras contidas no Livro das Constituições. Nenhum candidato deve ser submetido
a perguntas sobre o seu gênero que possam incomodá-lo.
·
Associação
continuada
Um maçom que após a iniciação deixa de ser homem
não deixa de ser maçom. Esperamos que os maçons ajam com compaixão e
sensibilidade para com os seus colegas maçons. Esperamos que nenhum Maçom se
envolva em conduta indesejada relacionada com a real ou percebida reatribuição
de gênero ou transição de gênero de outro Maçom. Tal conduta não seria apenas não
maçônica, mas também ilegal se tivesse o objetivo ou o efeito de violar a
dignidade ou de criar um ambiente intimidante, hostil, degradante, humilhante
ou ofensivo para a vítima.
·
Renúncia
ao ofício
Uma “maçona” que se torna mulher não é obrigada a
renunciar à Arte. Se uma pessoa renunciar à Arte, então ela e os seus
dependentes poderão já não ser elegíveis para alguns dos benefícios fornecidos
pelas instituições de caridade maçônicas agora ou no futuro.
·
Exclusão
de uma Loja
Uma Loja pode votar para excluir qualquer membro
por justa causa. Os seguintes motivos constituiriam discriminação ilegal e, portanto,
nunca poderiam constituir causa suficiente:
a. O fato de um membro ter se tornado legalmente
mulher;
b. Uma crença equivocada de que um membro se tornou
legalmente uma mulher;
c. O fato de um membro estar em processo de
transição de homem para mulher; ou
d. Uma crença equivocada de que um membro está em
processo de transição de homem para mulher.
Da mesma forma, uma Loja não deve tentar persuadir
um membro a renunciar à Loja ou discriminar um membro com base em qualquer um
destes motivos. Uma Loja não deve, em nenhum momento, exigir que um membro prove
que é legalmente um homem.
·
Alteração
A lei e o que é considerado a melhor prática nesta
área estão a desenvolver-se rapidamente. Esta política pode ser alterada de
tempos em tempos, portanto, certifique-se de estar se referindo à versão mais
recente.
Data de aceitação: 17 de julho de 2018