Os Símbolos nos Diplomas, Breve e Patentes do R.E.A.A.
Enviado por: LuCaS
Fotos: LuCaS
Segundo a
Revista de Estudos Maçônicos – ASTRÉA(1), ANO LXXV – Nº 11 – Março 2002/ junho
2002, à medida que ascende em sua Carreira Maçônica, o Maçom estudioso e
compenetrado escreve a história de sua evolução pessoal. Nada mais justo que
ele tenha um sadio sentimento de realização e que se orgulhe de seus passos.
Ainda, de acordo
com a mesma revista, os novos Diplomas, Breve e Patentes do Supremo Conselho do
Grau 33 do R.E.A.A. da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, foram
criados e impressos em papel especial com tinta de alta solidez à luz, dentro
do espírito de transformá-los em fonte de motivação e recordação.
Portanto, todos
os Diplomas, Breve e Patentes são encimados pela Águia Bicéfala, em púrpura,
emblema do Supremo Conselho do Grau 33 do R.E.A.A. da Maçonaria para a República
Federativa do Brasil. Os dizeres são quase idênticos, adotadas apenas as
diferenças necessárias, e as cores e os símbolos empregados encarregam-se de
criar a atmosfera peculiar de cada Grau.
Assim temos:
Diploma do Grau 4 – Mestre
Secreto
Diploma do Grau 9 – Cavaleiro
Eleito dos Nove
A joia do
Cavaleiro Eleito dos Nove é o punhal de punho dourado e lâmina prateada. Como
venha a ser usado depende de quem vier a empunhá-lo – para armar a justiça ou
perpetrar um crime. Por isso, a Maçonaria luta para esclarecer o povo, porque a
tirania só se torna possível graça à ignorância das massas. O Cavaleiro Eleito
dos Nove deve “ser bravo contra suas
próprias fraquezas e ser bravo para defender a verdade”.
Diploma do Grau 14 –
Perfeito
e Sublime Maçom
A joia é o
compasso coroado sobre um arco de círculo, gravado com os numerais III, V, VII
e IX, onde está inscrito o Sol. O compasso, aberto em 45°, representa a ciência
e a espiritualidade. Está coroado para lembrar Hiram Abif, cuja sabedoria e
habilidade o tornaram digno de se ombrear aos dois reis. Assim, lembra-nos o
esforço para evoluir, dever de todo Maçom, ajudado pela Luz Divina representada
pelo Sol – “Procurai e encontrareis”.
Todos nós
sabemos que a perfeição é inatingível, mas é na sua procura que encontramos a
recompensa, a terminação de nosso Templo
Interior.
Diploma do Grau 15 –
Cavaleiro
do Oriente
A faixa do
Cavaleiro do Oriente, é verde, orlada de dourado, simboliza a imortalidade. O
verde, neste Grau 15, simboliza a imortalidade da alma humana. Ao alto, uma
cabeça, atravessada por duas espadas a advertir que a liberdade é ceifada tão
logo a justiça seja abafada pelo interesse, pelo s vícios e pela iniquidade.
Na joia do
Cavaleiro do Oriente, os três triângulos dourados, concêntricos, lembram as
três virtudes que se opõem aos vícios e que constituem a divisa que a Maçonaria
adotou para si - Liberdade, Igualdade e Fraternidade. As espadas dourados cruzadas,
inscritas nos triângulos, representam aqui a determinação de lutar pela liberdade,
a mesma determinação que levou os israelitas que retornavam do cativeiro à
vitória na ponte de Gabara e à consequente liberdade, que resultou na reconstrução
do Templo.
A trolha
prateada simboliza a determinação em reconstruir o Templo. Com a trolha em uma
das mãos e a espada na outra, o Cavaleiro do Oriente obedece aos fundamentos do
Grau - "Defendei vossa liberdade e nunca cerceeis a liberdade de outrem
".
Breve do Grau 18 –
Cavaleiro
Rosa-Cruz
Outra parte
encarnada, representa a face a ser usada na Câmara das Luz es . Da mesma forma,
a joia do Cavaleiro Rosa-Cruz tem duas faces, uma para cada Câmara. Ambas têm
um compasso coroado, aberto em 60º, sobre um quadrante de círculo.
Na joia para a
Câmara das Trevas, uma águia, aqui símbolo da sabedoria e da inteligência,
apoiada no quadrante, prepara-se para alçar voo. A cruz encarnada sobre ela
representa a dor pela perda da Palavra.
Na joia para a
Câmara das Luzes, sobre o quadrante, está um ninho e, nele, um pelicano que
alimenta os filhotes com a carne do próprio peito, símbolo do devotamento e do
auto sacrifício. Sobre ele, está a cruz encarnada, em cuja base encontra-se um
ramo de acácia, recordando a imortalidade. No ponto de encontro das hastes da
cruz, está a Rosa Mística, dedicada à deusa Aurora pelos antigos, símbolo da luz
e da renovação da vida. Com isso, a cruz e os raios que dela emanam ganham o
significado da aurora de uma nova lei, a “Lei do Amor”.
Para Albert
Pike, o grande codificador do R.E.A.A., o compasso coroado "significa que,
não obstante o alto posto atingido na Maçonaria pelo Cavaleiro Rosa-Cruz, a
equanimidade e a imparcialidade devem, invariavelmente, guiar sua conduta".
Diploma do Grau 19 –
Grande
Pontífice
Na joia do Grau,
uma placa ele ouro retangular; tem duas letras gregas, alfa (A) no anverso e
ômega (ꭥ) no reverso, que correspondem às letras hebraicas aleph e tau.
Em ambos os casos, a primeira e a última letra dos respectivos alfabetos,
significando a totalidade, o início e o fim.
Abaixo, está a joia
peitoral do Grande Sacerdote de Israel, com suas doze pedras, cada uma
simbolizando uma das doze tribos e um dos atributos divinos.
Deve ser
lembrado ainda que o termo pontífice vem do latim pontifex, “membro do colégio
de sacerdotes encarregado da observância do culto dos romanos”. A eles se
atribuía a construção das primeiras pontes, pons em latim, sobre o rio
Tibre.
Diploma do Grau 22 –
Cavaleiro
do Real Machado
Disse Albert
Pike que a Maçonaria procura enobrecer a vida cotidiana, enaltecendo as
virtudes do homem que trabalha. Este é o objetivo do Cavaleiro do Real Machado:
a Glorificação do Trabalho.
Porque é através
do trabalho que é possível derrotar a serpente do ócio com suas três cabeças: a
intemperança, a devassidão e o jogo. Laborare est orare trabalhar
é o mesmo que rezar, diz a fórmula latina. A exaltação do trabalho pacífico c
produtivo, "elemento indestrutível de todas as civilizações", está
enfatizada na mesa redonda, significando igualdade, sobre a qual estão os
planos desenrolados e os instrumentos matemáticos.
Diploma do Grau 28 –
Cavaleiro
do Sol
O pentagrama
entrelaçado aparece em vermelho no avental do Cavaleiro do Sol. A joia do Grau
é uma estrela de cinco pontas douradas e representa o microcosmo humano. Na
joia, os raios inscritos simbolizam o Sol e, por analogia, a busca interior que
conduz à Luz da Razão, através da qual dissipamos as trevas do erro que
enevoam nossos olhos - Ex tenebris Lux.
Sobre tudo isso,
paira a presença magnânima da Divindade, representada pelo Olho-que-tudo-Vê.
A dissertação de
Albert Pike para este Grau ocupa praticamente a metade do seu livro Moral e
Dogma, tal a profundidade das ideias que ele encerra, das quais um eminente
ritualista americano, Jim Tresner, 33", detentor da Grã Cruz de Honra,
destaca:
- O
que se vê é apenas uma manifestação do invisível.
- O
amor e a sabedoria valem mais que tudo.
- Não
existe morte; só mudança.
- Nossa
vida é uma busca eterna. E é buscando que encontramos uma vida.
- Não
é à toa que este é um dos Graus mais difíceis de entender em toda a sua
profundidade.
Patente do Grau 30 –
Cavaleiro
da Águia Branca e Negra
Sua fita é
negra, orlada de prateado. Sobre ela, ao alto, encontramos as iniciais do outro
nome do Grau, C.K., isto é, Cavaleiro Kadosh, expressão que, em hebraico,
significa puro ou santificado.
Abaixo, uma
águia bicéfala branca e negra segura uma adaga em suas garras. Ela traz muitas
lições. Por exemplo, que em nós reside a ambiguidade, que só sublimaremos
através do cumprimento consciente do dever. Ou também que, em quase tudo, os
contrastes existem e que, ainda que antagônicos, podem conviver em equilíbrio e
harmonia. O mesmo contraste se observa no punhal, a joia do Cavaleiro da Águia
Branca e Negra, cujo cabo é branco e negro e lembra a sua missão de combater o
despotismo, qualquer que seja a forma que ele assuma. Porque, como a Hidra, a
tirania tem muitas cabeças, que reaparecem sempre que nos descuidamos de velar
pelas liberdades.
Patente do Grau 31 –
Grande
Inspetor Comendador
A fita do Grande
Inspetor Comendador é branca orlada de ouro. Sobre ela, um triângulo de ouro, emitindo
raios dourados, representando a Sabedoria Infinita, tem o número XXXI inscrito.
A Joia do Grau é
uma cruz teutônica em prata, também sem ornamentos. Não é um Grau de fácil
entendimento. Exige introspecção e autoavaliação Sincera. Não que se deseje
santos, mas apenas homens comuns determinados a serem melhores.
Patente do Grau 32 –
Sublime
Príncipe do Real Segredo
Entre as muitas
interpretações, para o Irmão Jim Tresner as bandeiras azuis podem referir-se
aos Graus Simbólicos, as escarlates ao Rito Escocês e as douradas à evolução do
Maçom estudioso. Sobre o conjunto, mais uma vez, está a Divindade, no
Olho-que-tudo-Vê.
Outra águia
bicéfala, desta vez em ouro, sobrepõe-se à cruz teutónica escarlate.
Mas o grande
símbolo dos Sublimes Príncipes do Real Segredo é o Acampamento, onde está
representada toda a hierarquia do Rito Escocês Antigo e Aceito. São polígonos
concêntricos, com nove, sete, cinco e três lados.
O eneágono tem
uma bandeira em cada vértice e uma tenda em cada lado. Representa os Maçons dos
Graus Simbólicos, Inefáveis e Capitulares, quer dizer, do Grau l ao 18.
Atravessando o heptágono, vemos que, nos vértices do pentágono, tremulam os
estandartes dos Graus Filosóficos ou Místicos, quer dizer, do Grau 19 ao Grau
30. Inscrito no pentágono, há um triângulo e, inscrito nele, um círculo. Dentro
do triângulo, em cada vértice, há um corvo, uma pomba e uma fênix. No círculo,
está uma cruz de Santo André, em escarlate, com quatro tendas nas extremidades,
onde acampa o Estado Maior, isto é, os Grandes Inspetores Comendadores e os
Príncipes do Real Segredo. No centro da cruz, encontramos a tenda do Soberano
Grande Comendador.
Nos Estados
Unidos, o Grau 32 é o último dos Graus da Carreira Maçônica, porque o Grau 33 é
honorífico.
Patente do Grau 33 –
Grande
Inspetor Geral
Este Grau é o ápice no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Sua fita é branca,
orlada de dourado. O triângulo de ouro, com o numeral 33 inscrito, resume o
longo caminho percorrido pelo Maçom estudioso. Os raios dourados que dele
irradiam significam sua obrigação de espargir o Bem e agir com Sabedoria, Prudência
e Firmeza, o que será inevitável aos que compreenderam as lições ao longo de
sua ascensão. Da fita pende uma águia bicéfala branca, armada e bicada de ouro,
ostentando uma coroa também de ouro, que segura uma espada de punho dourado e lâmina
prateada em suas garras. Uma fita preta pende da espada, trazendo a divisa Deus
meunque Jus – Deus e o meu direito – em letras douradas
A joia do Grau é
complexa. Uma estrela dourada de nove pontas esta sobreposta a uma cruz
teutônica escarlate, orlada de dourado. Sobre os braços da cruz estão quatro
colunas douradas e, sobre cada extremidade, cinco pequenas cruzes teutônicas em
negro.
Uma espada e um
cero estão cruzados sob o conjunto. Na extremidade superior do cetro está a Mão
da Justiça.
Nos nove pequenos triângulos
negros formados pelo entrelaçamento no interior da estrela, estão gravadas
letras que formam a palavra SAPIENTIA, sabedoria em latim. O interior da
estrela é branco. Nele encontramos a serpente Ouroboros, dourada, mordendo
sua própria cauda, símbolo do infinito e, na alquimia, da transmutação da
matéria.
Uma orla negra
envolve um escudo circular com uma cruz branca sobre fundo escarlate. Na orla estão
duas divisas latinas, Ordo ab Chao – Ordem que se
fez do Caos – e Deus meumque Jus. Um escudo negro completa o desenho, tendo uma
águia bicéfala coroada em ouro, ladeada pela Balança e pelo Compasso e
Esquadro.
Assim encerra-se a
descrição e interpretação dos símbolos contidos na série de Diplomas, Breve e Patentes
do Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria
para a República Federativa do Brasil. Esperamos que estejam à altura das
expectativas e do esforço despendidos pelos Irmãos que trilham o árduo caminho
do Rito Escocês Antigo e Aceito, servindo-lhes de recordações dos ensinamentos
e das emoções de sua caminhada.
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(1) A revista ASTRÉA é o Órgão Oficial do Supremo Conselho de Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil.